Relatórios Sobre Sustentabilidade: Estratégias Para Superar Os Principais Desafios

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Regulamentações novas e em desenvolvimento voltadas para relatórios sobre sustentabilidade estão impulsionando ainda mais as considerações sobre as práticas ESG...
China Corporate/Commercial Law
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Regulamentações novas e em desenvolvimento voltadas para relatórios sobre sustentabilidade estão impulsionando ainda mais as considerações sobre as práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) para a agenda corporativa, e com razão – priorizar práticas corporativas responsáveis pode gerar inúmeros benefícios financeiros e reputacionais. No entanto, muitas organizações estão com dificuldades para lidar com as bases relatoriais: desde a criação de um time qualificado até o recolhimento de dados confiáveis, os executivos de ESG enfrentam incontáveis desafios. Com investidores, stakeholders e reguladores demandando maior visibilidade operacional, os times de liderança precisam implementar estratégias eficientes para superar os desafios.

Estabelecendo as bases

Os relatórios sobre ESG refletem o interesse de uma organização em construir um futuro melhor, mas traduzir esta perspectiva em resultados tangíveis requer uma abordagem sistemática e um comprometimento permanente com a transparência e a responsabilização.

A seguir, apresentamos as três principais etapas que você precisa seguir para entender o processo de preparação de relatórios sobre ESG:

1ª etapa: Verificar os requerimentos regulatórios

Reportes obrigatórios estão rapidamente se tornando o padrão em diversas jurisdições, mas antes de embarcar no processo de elaborá-los, vocês precisará entender quais regulamentações são aplicáveis ao seu negócio. A verificação sobre os limites operacionais e financeiros de sua organização irá te ajudar a identificar regulamentos relevantes e garantir o compliance. Os requerimentos de reporte podem variar dependendo da estrutura: a Diretiva de Relatórios de Sustentabilidade Corporativa (Corporate Sustainability Reporting Directive – CSRD), por exemplo, que rege os relatórios sobre ESG na Europa, escalonou os prazos de elaboração de relatórios para as organizações, dependendo do tamanho, número de funcionários e volume de negócios. Outras jurisdições, como o Reino Unido, Singapura, Japão, Canadá e Brasil, iniciaram o processo de adoção do padrão do Conselho Internacional de Padrões de Sustentabilidade (International Sustainability Standards Board – ISSB), vinculado às Normas Internacionais de Relatório Financeiro (International Financial Reporting Standard – IFRS).

2ª etapa: Identificar os principais stakeholders e as áreas de foco de ESG

Os staheholders podem ser tanto internos como externos e podem incluir investidores, funcionários, clientes e fornecedores. Depois de categorizar e priorizar os principais stakeholders, você precisará realizar uma avaliação de materialidade. Ela abrange o envolvimento junto aos stakeholders para avaliar quais questões de ESG são relevantes para elas e, ao mesmo tempo, para a organização como um todo. Uma avaliação de materialidade irá te ajudar a delinear o âmbito das suas iniciativas de sustentabilidade para que possa implementar seus recursos de maneira eficaz.

Na Europa e na China Continental, as empresas agora são obrigadas a realizar avaliações de dupla materialidade (double materiality assessments – DMAs) que analisam tanto a materialidade como aspecto financeiro do impacto. Um DMA abrange as perspectivas internas e externas da empresa: as internas destacam as questões de ESG que são materiais para as operações, estratégia e stakeholders da organização. Elas incluem riscos operacionais, gestão de recursos, bem-estar dos funcionários e alinhamento com valores e objetivos corporativos.

As perspectivas externas analisam o impacto do ambiente externo na performance de sustentabilidade a longo prazo da empresa. Elas podem incluir fatores como tendências sociais, mudanças regulatórias e feedbacks sobre o envolvimento dos stakeholders.

3ª etapa: Nomear os proprietários dos relatórios

Em seguida, você precisará nomear um proprietário (ou proprietários) do relatório para supervisionar o processo de elaboração, avaliar o progresso e garantir a responsabilização. Embora não exista uma abordagem única para indicar a propriedade dos relatórios, os relatórios sobre ESG geralmente são da competência do CFO. Os CFOs são especializados em planejamento financeiro, redução de custos, gestão de riscos e compliance, e são estas competências fundamentais que vão garantir o sucesso das iniciativas de sustentabilidade e a robustez dos relatórios sobre ESG. No entanto, na prática e em organizações que atingiram um nível elevado de maturidade sobre as práticas ESG, os CFOs e os CSOs frequentemente dividirão a responsabilidade de compilar relatórios sobre ESG, com os CSOs assumindo a liderança sobre a estratégia, governança e recolhimento de dados sobre ESG.

Lidando com as complexidades envolvidas nos relatórios sobre ESG

As organizações com políticas de sustentabilidade consolidadas provavelmente terão mais facilidade para lidar com as complexidades envolvidas nos relatórios sobre ESG. No entanto, a maioria das empresas, independentemente do tamanho ou indústria, enfrentará dificuldades que podem comprometer a integridade do relatório. Imprecisões podem levar a multas, penalidades, responsabilização legal e danos à reputação, por isso é indispensável que os times de sustentabilidade encontrem soluções práticas para superar os desafios da elaboração dos relatórios.

A seguir, apresentamos alguns dos principais desafios relacionados à elaboração de relatórios sobre ESG que as empresas estão enfrentando atualmente:

Encontrar mão de obra qualificada

A escassez de mão de obra qualificada é um dos principais desafios que as organizações enfrentam na jornada em direção à sustentabilidade. Embora existam milhares de funcionários envolvidos na elaboração de relatórios financeiros, o número de profissionais qualificados para elaborar relatórios sobre ESG reduz drasticamente. Este déficit de talentos está se revelando um obstáculo para as organizações que têm dificuldades para se adaptarem aos requerimentos regulatórios em constante mudança.

Os líderes executivos responsáveis por liderar os esforços pelas práticas ESG, como os CFOs e os CSOs, particularmente, são frequentemente obrigados a desenvolver suas "green skills" por meio de programas de formação e de certificações. Embora estas medidas possam ajudar a curto prazo, o dinâmico cenário das práticas ESG continuará evoluindo, deixando os líderes responsáveis com a difícil tarefa de acompanhar as mudanças regulatórias, ao mesmo tempo em que precisam lidar com a implementação da estratégia, recolhimento de dados e o acompanhamento de KPIs.

As empresas precisarão investir em iniciativas de formação e desenvolvimento para capacitar seus times de sustentabilidade para impulsionar a agenda de ESG da organização. As grandes empresas também precisarão garantir que seus times não financeiros tenham o tamanho aproximado de seus times financeiros, de modo a materializarem seus objetivos sobre as práticas ESG. As pequenas empresas com recursos e orçamentos limitados poderão ter de recorrer a parcerias com prestadores de serviços externos para estabelecer um programa de relatórios sobre ESG.

Integração das diferentes perspectivas dos stakeholders

As organizações devem garantir que as estratégias de sustentabilidade reflitam os diversos interesses e preocupações dos stakeholders internos e externos, desde funcionários até fornecedores. Aqui, o desafio é harmonizar as diferentes perspectivas dos stakeholders com os objetivos organizacionais; as organizações precisam equilibrar de forma hábil as expectativas sobre a viabilidade operacional e a lucratividade. Comunicar o status dos projetos de ESG e solicitar feedback regularmente são medidas fundamentais para garantir que os stakeholders permaneçam envolvidos, comprometidos e representados.

Superação de obstáculos na coleta de dados

Agora as empresas são obrigadas a apresentar dados sobre um amplo espectro de questões de ESG, cada uma exigindo diferentes tipos e fontes de dados; as Normas Europeias de Relatórios de Sustentabilidade (European Sustainability Reporting Standards – ESRS), por exemplo, listam mais de 1.000 pontos de dados individuais. A coleta de dados dos stakeholders internos e externos é uma tarefa complexa e demorada, e muitas vezes é dificultada por silos de dados e pela comunicação interfuncional ineficaz.

Para otimizar o processo, as organizações precisam estabelecer procedimentos eficientes de coleta de dados e instruir os stakeholders com relação aos dados. Os stakeholders precisam compreender quais são os objetivos do programa de ESG e como devem coletar e submeter os dados. A precisão é fundamental – dados incompletos ou imprecisos podem levar ao "greenwashing não intencional", que ocorre quando as empresas, inadvertidamente, submetem dados incorretos que aparentemente respaldam seus objetivos de sustentabilidade. O greenwashing não intencional pode minar a confiança do consumidor, pelo que a implementação de processos eficientes de coleta de dados é fundamental.

Avaliação do sucesso

Medir e avaliar o sucesso das iniciativas ESG é outro desafio comum de reporte, que é agravado pela falta de métricas padronizadas e benchmarks da indústria. Os projetos sociais e de governança, particularmente, são difíceis de quantificar e os resultados podem estar sujeitos a interpretação. Para lidar com isso, as empresas precisam estabelecer indicadores de sucesso que sejam claros e mensuráveis e acionar verificadores terceirizados para garantir a precisão e a confiabilidade dos dados.

Terceirização da elaboração de relatórios sobre ESG: uma prioridade estratégica para líderes empresariais

Dadas as complexidades e potenciais perigos envolvidos nos relatórios de sustentabilidade, muitas empresas estão optando por terceirizar a elaboração de relatórios sobre ESG para prestadores de serviços externos. Um dos principais benefícios desta abordagem é que os prestadores de serviços externos podem assumir a carga administrativa de compilar relatórios, dando liberdade à função de ESG interna de se concentrar na criação de valor a longo prazo para os stakeholders.

Outras vantagens de terceirizar a elaboração de relatórios sobre ESG incluem:

Conhecimento especializado – os prestadores de serviços se mantêm atualizados sobre as regulamentações de reporte em constante mudança e possuem as habilidades especializadas necessárias para fornecerem relatórios sobre ESG precisos e confiáveis baseado nas melhores práticas.

Estabilidade e continuidade – a falta de expertise e a perturbação operacional são alguns dos riscos associados à manutenção de um time interno de elaboração de relatórios. Os prestadores de serviço externos dispõem de mecanismos apropriados para garantir a estabilidade, a continuidade e a transferência contínua de conhecimentos.

Qualidade e eficiência – os prestadores de serviços incorporam processos e controles para a coleta e análise de dados para garantir um processo de elaboração de relatório tranquilo e eficiente.

Redução de riscos – terceirizar a elaboração de relatórios sobre ESG reduz o risco de erros de apresentação que podem resultar de erros de cálculo ou de interpretação.

Tecnologia – os prestadores de serviços de ESG possuem acesso a tecnologias de ponta que podem otimizar o processo de elaboração de relatórios e garantir maior visibilidade e precisão dos relatórios.

No atual cenário corporativo competitivo, os relatórios de sustentabilidade estão se revelando um diferencial importante. Relatórios sobre ESG efetivos podem gerar maior valor comercial, mas um pequeno erro pode causar danos à reputação e prejuízos financeiros. Ao terceirizar o processo de elaboração de relatórios, as organizações podem reduzir o risco e o esforço administrativo e, em vez disso, concentrar-se na construção de organizações sustentáveis que inspirem as pessoas, protejam o planeta e maximizem os lucros.

Fale conosco

A sustentabilidade se tornou uma estratégia indispensável para organizações progressistas. No entanto, lidar com o complexo mundo dos relatórios de ESG pode ser desafiador.

Os novos serviços de administração de ESG da TMF Group te ajudarão a acompanhar os requerimentos de relatórios de ESG e a permanecer em compliance em um cenário corporativo em constante mudança.

Nossos experts podem te ajudar a:

  • Identificar ineficiências e otimizar o processo de elaboração de relatórios
  • Criar sistemas de elaboração de relatórios econômicos e em compliance
  • Se manter atualizado sobre as principais mudanças e atualizações regulatórias
  • Construir resiliência identificando e mitigando os riscos de ESG

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